Proteção Solar

Para compreender o sol

A radiação solar é composta por tipos diferentes de raios. Entre eles temos a radiação ultravioleta (UV), que corresponde a menos de 5% da radiação. Devido às suas características físicas, estes raios são os responsáveis pelo efeito nocivo do sol. Ao nível da pela, a radiação UV pode provocar bronzeamento e envelhecimento (UV-A), queimadura ou predisposição para cancro (UV-B). O conteúdo em radiação UV varia consoante a hora do dia.
Porém, sabe-se que a radiação ultravioleta do sol, responsável pelo aparecimento das lesões malignas da pele, tem um efeito cumulativo ao longo da vida. Além disso, as queimaduras solares na infância são fatores de risco para o melanoma
Uma pessoa recebe até os 18 anos cerca de 80% de toda a radiação UV que receberá durante toda a vida. Assim, aqui ficam os principais conselhos para uma exposição solar saudável.

Capital Solar – O que é?

É a capacidade de cada indivíduo se adaptar ao sol, e varia com o tipo de pele (o chamado fototipo)e tende a diminuir à medida que aumentamos o nosso tempo de exposição ao sol. As lesões habitualmente surgem quando esse capital de esgota, e assim surge o envelhecimento e o cancro da pele.

FPU – o que é? É o factor de proteção ultravioleta. O seu valor reflete a proteção contra os raios UV. Assim, PFU de 30, significa que em cada 30 raios solares, apenas 1 atinge a pele da criança.

Principais conselhos:

1. Evitar a exposição solar das 11 às 17 horas.

  • Não permaneça com as crianças na praia por mais de 3 horas

2. Manter as crianças o máximo de tempo possível à sombra.

  • Preferir que as crianças estejam debaixo do chapéu-de-sol com proteção para radiação ultra violeta, principalmente no primeiro ano de idade

3. Usar roupa protectora, branca, ou roupas com proteção solar.

  • As roupas com proteção solar têm uma trama do tecido, com fios tratados com dióxido de titânio, substância que impede a passagem dos raios ultravioleta. Peças com fator de proteção ultravioleta (FPU) superior a 50 (FPU 50+) bloqueiam 98% dos raios UV. Mesmo quando a roupa está molhada, as tramas do tecido não se abrem como numa peça de roupa comum e por causa disso o fator de proteção da roupa não se altera. O tecido é habitualmente leve e de fácil transpiração, seca rapidamente e não pesa.
  • Roupas de tecidos normais protegem pouco da radiação UV, porque possuem habitualmente um FPU muito baixo, entre 6 e 16.
  • O vestuário com proteção UV é mais uma arma na redução do risco de queimaduras solares.
  • Vantagens: existe vestuário que protege com radiação UV-A e UV-B. Existem protectores solares que apenas protegem contra um tipo desta radiação.

4. Usar sempre chapéu - de preferência chapéu com abas, ou pala.

  • Assegura melhor a protecção das orelhas e da nuca

5. Usar óculos de sol.

  • Os olhos também recebem a radiação e têm que ser protegidos pelos raios ultravioleta. Assim as medidas que se aplicam à proteção solar da pele estendemse à proteção ocular. Ou seja, evitar exposição directa ao sol em horas críticas, sempre com uma boa sombra sobre a região da face através de chapéu de abas largas. Sempre que houver exposição a níveis elevados de radiação UV devem ser usados óculos escuros, seja na praia, na neve ou em zonas de elevada altitude.
  • Atenção que óculos escuros não são sinónimo de proteção ocular. O que cria a barreira aos raios UV é um filtro colocado na lente e não a coloração. As lentes devem ser de qualidade e terem a indicação de filtro UV próximo dos 100%. Este filtro deve estar garantido pelo fabricante, habitualmente sob a fora de selo. As lentes devem igualmente ter boa qualidade ótica, ou seja, sem distorção, e nunca devem estar riscadas ou com falhas.
  • O contorno dos óculos deve estar em contacto com a pele do bebe/ criança, tanto à frente como de lado, evitando a entrada de raios solares. Se necessário, um fita elástica facilita o posicionamento.

6. Água: dar de beber, frequentemente, água à criança para evitar a desidratação.

7. Usar protector solar adequado à criança.

  • Deve-se utilizar um protector solar de índice elevado e adequado à pele das crianças; 100% mineral no 1º e 2º ano de vida.
  • Uma das primeiras questões é a partir de que idade a criança já pode usar proteção solar. Segundo especialistas, a idade recomendada é a partir de 6 meses. Antes disso a pele do bebê ainda é muito fina, absorvendo maior quantidade do produto, aumentando a toxicidade e o risco de alergias. Até os seis meses a proteção deve ser feita com roupas, bonés e sombra.
  • A diferença entre protetores solares químicos e físicos:
  • protetores solares químicos são compostos por várias substâncias que são absorvidas pela pele no contato com os raios solares. Esses componentes reagem aos raios solares e impedem penetração da radiação solar pela pele.
  • protetores solares físicos não são absorvidos pela pele. Por isso são hipoalergénicos e indicados para bebés, grávidas e quem tem alergias. São compostos por substâncias naturais, como óxido de zinco e óxido de titânio, agindo como uma barreira de proteção.
  • Atenção que mesmo os protetores resistentes a água devem ser reaplicados após contato com a água.
  • Os protectores solares só se tornam eficazes 30 minutos após a sua aplicação; aplique protector meia hora antes da exposição e renove-o de 2 em 2 horas.
  • Dar sempre especial atenção às áreas que se queimam mais depressa (as orelhas, nariz, pescoço e ombros).

9. Tenha em conta que o tempo nublado pode dar a falsa sensação de que os riscos associados à exposição se tornam menores. A radiação penetra através das nuvens, produzindo o mesmo efeito da eposição solar directa.

10. No caso de uma criança se queimar em algum ponto do corpo, como actuar:

  • Coloque água fria de imediato
  • Aplique um creme hidratante em grande quantidade em toda a zona afectada;
  • Dê-lhe muitos líquidos;
  • Cubra as zonas mais vermelhas com compressas molhadas.
  • Em caso de dor persistente, ou de sinais inflamatórios ou aparecimento de bolhas ou perda de pele, deve ser feita uma observação médica.

Proteja as crianças e faça da exposição solar uma fonte de saúde, evitando todos os riscos associados ao mau uso do sol.

Inês Monteiro Pediatra na Unidade de Neonatologia

Sobre

Este projeto surgiu da necessidade de ajudar e acompanhar os bebés e as suas famílias ao longo do internamento e mesmo após a alta.